Axonopus grandifolius Renvoize

Informações da avaliação de risco de extinção

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Informações sobre a espécie

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Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Kew Bull. 39(1): 183 (1984). (IK). Axonopus grandifolius é similar a A. polydactylus (Steud.) Dedecca (da série Suffulti), em relação a qual se distingue facilmente pela coloração do antécio superior (esbranquiçado e pálido em A. grandifolius e café escuro e brilhante em A. polydactylus) e pelo tamanho das "espiguilhas" (Giraldo-Cañas, 2012).

Distribuição

Espécie endêmica da Bahia (Giraldo-Cañas, 2012; Filgueiras & Rodrigues, 2013), ocorre na região da Chapada Diamantina, nos municípios de Mucugê (Oliveira et al., 2009), Lençóis (A.M. de Carvalho et al. 997) Palmeiras (F.O. Zuloaga et al. 4782) e há um registro no estado de Minas Gerais, em Santana do Pirapama (M.C. Ferreira 1882; L. Krieger 10119).

Ecologia

Erva anual, ereta, de 90 cm a 1,2 m de altura, considerada como erva não hidrófita, de substrato terrícola (Oliveira et al., 2009; Giraldo-Cañas, 2012), cespitosa, cresce em touceiras (L. Krieger 10119; IPA; G.C.P. Pinto 75). Ocorre em Caatinga e Cerrado, em campos abertos (Giraldo-Cañas, 2012), Campos Rupestres da Chapada Diamantina (Oliveira et al., 2009; Giraldo-Cañas, 2012), em formações de dunas interioranas (G.C.P. Pinto 75).

Reprodução

Encontrada fértil de dezembro a fevereiro (Renvoize, 1984).

Ameaças

2.1 Annual & perennial non-timber crops
Incidência regional
Severidade high
Detalhes A plantação de café ajudou a retomar em parte a economia da cidade de Lençois (IBGE, 2013). Nos municípios de Mucugê e Ibicoara, na região da Chapada Diamantina, estão concentrados 88% da produção agrícola da região de seis municípios relacionados ao Parque Nacional da Chapada Diamantina (MMA/ICMBio, 2007). A agricultura de irrigação com tecnologias modernas e em grande proporção das terras, promove impactos diretos ou indiretos, na economia e no meio ambiente (MMA/ICMBio, 2007). Palmeiras apresenta uma topografia muito acidentada, devido a devastação do solo e do subsolo em decorrência do uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos (PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMEIRAS, 2013). Em Santana do Pirapama (MG), os impactos da agricultura são mais marcantes na vegetação encontrada a altitudes mais baixas, em que matas secas são substituídas inicialmente por plantações, em pequena escala, de cana-de-açúcar, mandioca, milho e, posteriormente, por pastagem (Zappi et al., 2010).

1.3 Tourism & recreation areas
Incidência regional
Severidade very high
Detalhes O turismo é a principal atividade econômica na região da Chapada Diamantina, nos municípios de Mucugê, Lençois e Palmeiras (IBGE, 2013). Entretanto, a visitação no Parque Nacional da Chapada Diamantina tem sido uma atividade conflitante que requer muitos esforços para o seu controle e manejo (MMA/ICMBio, 2007). No município de Mucugê, o turismo gera impactos ambientais diretos como lixo e aumento da frequência de incêndios antrópicos, causados por visitantes que saem das trilhas sem a orientação necessária (Tanan & Chaves, 2012). Na Serra do Cipó, na região de Santana do Pirapama, a pressão gerada pelo turismo não planejado é considerada uma ameaça (Zappi et al., 2010).

2.1.3 Agro-industry farming
Incidência local
Severidade very high
Detalhes Mucugê tem sua economia atual baseada no agronegócio, devido às modernas empresas que se instalaram (IBGE, 2013). A rápida e intensa mudança no uso das terras vem produzindo impactos ambientais como: perda de habitats, erosão hídrica e eólica,diminuição da vazão dos rios que drenam a região, assoreamento, erosão genética e redução da biodiversidade (Batistella et al., 2002). E, de acordo com o atual ritmo de desenvolvimento, espera-se que o volume de investimento cresça no oeste baiano (Batistella et al., 2002).

7.1.1 Increase in fire frequency/intensity
Incidência regional
Severidade high
Detalhes O fogo é ameaça a região da Chapada Diamantina (MMA/ICMBIO, 2007). Na Serra do Cipó, na região de Santana do Pirapama, o fogo descontrolado usado para "limpeza" de áreas para agricultura e pecuária, é um ameaça ao ambiente (Zappi et al., 2010).

2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded
Incidência regional
Severidade very high
Detalhes Na Serra do Cipó, na região de Santana do Pirapama, ameaças ao ambiente incluem pecuária, havendo estabelecimento de pastagem em áreas de Cerrado e introdução de gramíneas exóticas (Urochloa spp. e outras) (Zappi et al., 2010). O pastoreio extensivo ocorre em toda a área, tanto em Cerrados da baixada como no alto da encosta. O gado é transferido para locais mais altos com maior disponibilidade de pastagem, especialmente, na estação seca, havendo registro de áreas danificadas por pastoreio e pisoteio em diversos pontos do alto da serra (Zappi et al., 2010).

5 Biological resource use
Incidência regional
Severidade very high
Detalhes A extração de madeira e lenha e a fabricação local de carvão são consideradas ameaças ao ambiente, na região de Santana de Pirapama, na Serra do Cipó (Zappi et al., 2010).

5.2.1 Intentional use (species being assessed is the target)
Incidência regional
Severidade high
Detalhes Na região de Santana de Pirapama, na Serra do Cipó, a coleta indiscriminada de plantas ornamentais é considerada uma ameaça ambiental (Zappi et al., 2010).

4.1 Roads & railroads
Incidência local
Severidade very high
Detalhes A construção de rodovias é considerada uma ameaça na região da Serra do Cipó e Santana do Pirapama (Zappi et al., 2010). Há registros de ocorrência da espécies em próximos a estradas na região de Mucugê (R.M. Harley 16012) e na região de Lençóis (A.M. de Carvalho 997).

Ações de conservação

1.1 Site/area protection
Situação: needed
Observações: Santana de Pirapama está em uma área entre o Parque Nacional da Serra do Cipó e a região de Diamantina (Zappi et al., 2010). Porém, não está incluída dentro de nenhuma área protegida, apesar de ser estratégica sua proteção, já que está inserida dentro de um possível corredor ecológico de ligação entre a região central e a região Meridional da Serra do Espinhaço (Zappi et al., 2010). É extremamente alta a prioridade de preservação da região meridional da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, com base em fatores bióticos e abióticos, havendo necessidade de incluir essas áreas em um plano mais coordenado para a conservação da biodiversidade na região (Drummond et al., 2005 apud Zappi et al., 2010)

Usos